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domingo, dezembro 30, 2007

NECA, descobre novas espécies de animais troglóbios no mundo subterrâneo de Sesimbra

Sesimbra é conhecida pelas suas riquezas naturais, muito por “culpa” do seu mundo subterrâneo. As muitas cavidades existentes no concelho (grutas, algares e lapas) são reconhecidas a nível mundial pelo seu património geológico. No entanto começam agora a ter também renome devido ao seu património biológico. Com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra, a equipa de investigação do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul (NECA), contando com biólogos entre os seus membros, tem sido constantemente surpreendida pela descoberta de novas espécies de animais troglóbios. Estes animais não são mais que seres que apenas sobrevivem literalmente debaixo dos nossos pés, escondidos do mundo exterior e incapazes de sobreviver à superfície. Até agora a maioria das descobertas deu-se no Sistema do Frade, na Serra dos Pinheirinhos.
Descoberta há dois anos por mero acaso nas Grutas do Fumo, Utopia e Coelho, a mais pequena aranha europeia, com meio milímetro de comprimento, identificada como pertencendo ao género Anapistula, está a ser estudada por especialistas do Museu de História Natural da Dinamarca. Não só se trata de uma nova espécie para a ciência, nunca antes vista a nível mundial, como os critérios mundialmente aceites da União Internacional para a Conservação da Natureza a classificam como “criticamente em perigo de extinção”. Como curiosidade, esta espécie aparenta ser partenogénica, ou seja, não existem machos dando-se a reprodução através de clonagem das fêmeas. Ainda não se tem a certeza, mas pensa-se que esta espécie será descendente de alguma outra aranha que existisse à superfície quando autênticas florestas tropicais recobriam toda esta área, há milhares de anos. Com a vinda das grandes épocas glaciais, algumas destas pequenas aranhas podem-se ter refugiado no clima mais “temperado” das grutas e aí ficaram até hoje. Os seus parentes mais próximos conhecidos estão agora restritos à floresta tropical Africana.
Outra nova espécie, desta vez para o continente Europeu, é um pequeno diplópode (normalmente conhecido como maria-café ou centopeia) do género Lophoproctus. Estando a ser estudado por uma especialista do Museu de História Natural de Paris, trata-se possivelmente de uma espécie que até agora só era conhecida das Ilhas Baleares. Encontrado apenas na Gruta do Fumo, trata-se de mais um animal com as características típicas dos verdadeiros cavernícolas: corpo despigmentado, quase transparente pois no escuro os animais não precisam de disfarces ou qualquer tipo de coloração, apêndices e pêlos longos que substituem os olhos pouco ou nada desenvolvidos e frequentemente uma vida muito longa pois a pouca disponibilidade de alimentos nas grutas obrigam a um desenvolvimento muito lento destes seres.
Se em pouco tempo se atingiram estes resultados, quanto mais haverá por conhecer? Que outros seres desconhecidos ainda se escondem de todos nós aqui tão perto?

Texto: Pedro Cardoso (Biólogo)
















Anapistula (0.5mm) Foto: Pedro Cardoso













Lophoproctus (3mm) Foto: Francisco Rasteiro

quinta-feira, novembro 01, 2007

sexta-feira, março 16, 2007

Já disponível

Novo DVD-ROM sobre a Espeleologia e o Património

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Uma história de vergonha!

Julgamos ser do conhecimento geral da comunidade espeleológica nacional, o problema que existe entre o Núcleo de Espeleologia da Costa Azul, o Parque Natural da Arrábida e o Dr. Crispim.

Este caso lamentável, que consideramos ser motivo de vergonha para quaisquer profissionais ou amadores da espeleologia, teve como consequências principais, a não continuidade dos trabalhos de Investigação Espeleológica a que o NECA se propôs e à sua interdição de efectuar trabalhos nas cavidades da Arrábida.

Colegas, independentemente da forma como se dirigem associações e da maneira de ser de cada um de nós, pessoas, pensamos que este tipo de atitude é inclassificável, inqualificável...

Este parecer que o Dr. Crispim elaborou a pedido do PNA, tem data posterior à data de recusa ao projecto do NECA, recusa essa que foi justificada com base nesse parecer... mais, nesse documento constam afirmações graves acerca do estado de conservação das cavidades por alguém que nunca lá tinha estado...

E mais não dizemos.

Leiam, opinem e façam “figas” para que nunca aconteça algo parecido com isto, com a vossa associação.

Saudações espeleológicas!!

Folha 1

Folha 2

Folha 3

Folha 4

Folha 5